quinta-feira, 21 de junho de 2012

Temporização

Quem por muito tempo se espera
O amor aquece
Quem por pouco tempo se desespera
A paixão esvanece.

Quando muito tempo passa
As lembranças ficam
Quando nenhum tempo repassa
Os sentimentos gritam.

Temos o tempo necessário
Para podermos obter
Aquilo que é o contrário
Do contrário do saber.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pássaro Prisioneiro

A alma é que nem um passarinho
E nosso corpo, a sua gaiola.
O lugar do seu ninho
É o céu acima de nós.

Da alma procedem todas as emoções e encantos
O que deixa a sua gaiola bela
Mas um dia não veremos nesta
Tal passarinho com seus cantos.

E quando chegar esse dia
Que o passarinho estava a esperar
O dia da alegria
De voltar voando para o seu lar.

Essa gaiola não será mais nada
Ficará apenas vazia
Mesmo se tentasse não conseguiria
Pegar outra ave pra ficar aprisionada.

Pois o único prisioneiro
Que a gaiola tinha
Voou para bem longe
E do seu ninho, o passarinho via
Lá longe, apodrecendo-se o seu cativeiro.

sábado, 9 de junho de 2012

De repente

De repente, pessoas se encontram...
Surgem as amizades.
E dos encontros e reencontros
Nasce a felicidade.

De repente, acordei e percebi a realidade
No coração brilhou o amor
Meus olhos encheram-se de lágrimas...
Finalmente encontrei minha alma gêmea.

E agora não sei como agir
Não sei como controlar este sentimento
que aquece minha alma, explode meu coração;

Só peço que um dia entendas
Se hoje fiquei no silêncio, amei no anonimato
É porque te amei demais, mas com medo de te perder,
não tive coragem de lhe dizer que sou um poeta apaixonado.

Mistérios de um Poeta

Sou um poeta dos mistérios
Escrevendo na calada da noite
Na escuridão fria e calma
Sentindo o coração bater acelerado no peito.

Sou um poeta dos mistérios
Os mistérios são a minha razão
E a nossa razão de viver
É parte do mistério que nos envolve.

Sou um poeta de mistérios
Escrevendo o que sinto, o que sou
Descobrindo à vida misteriosa
Os mistérios que a Vida nos tem concedido.

Sou um poeta dos mistérios
Escrevendo sob o verde da natureza
Tentando descobrir os mistérios escondidos
no oculto de sua soberana destreza.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A Arte de Poetizar

Poesias escrevo
Sem nunca antes ter estudado
A mais terna e profunda
Matéria de poetizar.

Papel e caneta
Materiais necessários
Para dar espaço
E fluir, em mim, este dom extraordinário.

Escrevendo, surge a inspiração
Da inspiração, vem a melodia
Que leva minha imaginação;

A transformar o triste em alegria
Mudando totalmente o mundo
Com uma simples poesia.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fingimento

Do que adianta escrever?
Minhas palavras são levadas pelo vento
Minhas lágrimas são enxutas pelo tempo
A luz do sol some ao relento
E minha voz é calada pelo silêncio.

O que aconteceria se a minha voz reaparecesse no papel?
Nada. Só falo o que sinto
não falo o que sentes...
Só sentindo para saber o que sentes
Pois já dizia o poeta “o Poeta é um fingidor”
Finge sofrer quando ama,
finge amar quando sofre,
Finge ser quando não é,
O que foi quando amou.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Se eu quisesse toda glória

Se eu quisesse toda glória
Não seria apenas mais um
ser humano vagando pelo mundo
Atrás de sua história.

Se eu quisesse toda glória
Não deixaria que minhas poesias
falassem por mim
Tampouco os sinais anunciarem o triste fim.

Se eu quisesse toda glória
Não usaria uma máscara
A máscara de um poeta
Que revela em suas poesias
Tudo que sabe, sua sabedoria.

Se eu quisesse toda glória
Não seria um simples poeta
Que escreve numa folha de papel
Todas as suas descobertas.

Compartilho com o meu coração
Tudo o que agora sei
Mas guardo tudo em segredo
Por tão somente não querer toda glória.

Coração Partido

No silencio de um instante
Ouço uma voz triste, chorando
A voz vinha de um alguém diferente
Era um coração desabafando.

Esse coração não me era estranho
Um dia, morei nele
Sem saber, morava lá
No coração de uma linda mulher.

O coração chora triste
Eu não sei o que fazer
Eu não sabia que era o culpado
De fazer aquele coração sofrer.

Pois o coração dela grita
Grita por ser partido
Pelas minhas palavras de amor
Que nunca foram ditas.

Seresta

Ouço a voz de muitas vozes
Trazidas pelo vento vindo do mar
Trazidas pela chuva vinda do céu
Caladas pelo coração que nunca soube amar.

Sinto o cheiro suave das flores
Vindo dos campos cheios de orvalhos
Sentido do teu corpo perfumado
Em noite de luar de nossos primores.

Vejo o brilho vindo das estrelas
Batendo na lua, caindo no mar
“Do mar ascende a face tua
Vem reluzir em teu olhar...”

E toco no vento que passa
Vindo do mar da paixão
Tornando meus versos uma serenata
Indo ao encontro do teu coração.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Vida ou Morte

Vida cruel, vida vivida
Vida viva, vida morrida
Morte serena, Morte fria
Morte e Vida, Vida e Morte
Morre o mais fraco, vive o mais forte.

Vida, vida, ó vida...
Onde estavas quando morri?
O que fazias quando perdi
A minha vida para esta vida sofrida?

Morte, morte, ó morte...
Por que viestes quando não a quis?
Por que fugistes quando eu fiz
O juramento que matou minha sorte?

Vida ou morte, morte ou vida?
Grita o Poeta sob o luar
Ecoa no céu à lua embranquecida
A voz do Poeta a quem o escutar.

Gênese

A voz surgiu no vento
Clamando ao infinito o amor
Gritando com sons de acalantos
Sob o silêncio da noite escura.

O Vento vestiu-se de branco
Passando por cima das águas
Voando pra longe e subindo
Ao encontro da eterna luz.

A lágrima caiu do olhar
Descendo e escorrendo sob a face
Escorregando sobre o colo perfumado
Chegando a desaguar no coração.

O amor surgiu do nada
Em meio a uns sentimentos estranhos
Que misturaram-se e formaram
o que o homem sempre buscou e nunca quis sentir.

E a vida começou a surgir
No interior do sem-fim
No infinito do além
Num olhar de uma criança.

Errata

Errei pensando ser o certo
Aquilo que na verdade
Era o incerto
Da minha realidade.

Achei que estava fazendo
a melhor opção
Mesmo sabendo e não querendo
Ouvir meu coração.

Coração fala?
Se não fala o meu falou
Dizendo que errei
Um erro sem valor.

Insignificante... talvez
Esse erro que me fez
A toda hora lembrar
Do erro que não podia errar.

Para minha alegria
Essa não é a minha sentença
Pois dias como esse
Virão a minha presença
Mas meu coração continua a perguntar:
Este erro, tu voltarás a errar?”

A dor no Meio Ambiente

Como é dolorido
A dor que deveras sente
Provocado pelo homem
A dor no Meio Ambiente.

De nosso céu se foram as estrelas
Que em cismar, sozinho à noite
Abrilhantavam meu coração
Ocultas por nuvens diferentes,
Nuvens de poluição.

Nossas matas estão sem o verde
Das belas árvores feitas pelo Criador
O sabiá não mais encontra
A palmeira onde outrora canta.

Nossos bosques estão perdendo vida
De onde tínhamos amores
A imensidão triste e vazia
Só nos traz a lembrança de nossos primores.

Nosso céu está sem estrelas
Nossa terra sem primores
O Meio Ambiente clama
Um mundo com menos poluidores.

Não permita Deus que morra
Os animais que vivem lá
Sem que desfrute os primores que dantes
haviam em seu hábitat 
Que o homem deixe uma última palmeira
Para que possa cantar o sabiá.

O Vento

O vento vem e vai
Sem partida nem chegada
Sopra livre, sem fronteiras
Sem destino algum.

O vento vem e vai
Ultrapassando todos os obstáculos
Para levar à alguém
apenas a sua suavidade.

O vento vem e vai
Passando em todos os lugares
Apesar de não ser visto
Não passa despercebido.

O vento vem e vai
Todos os dias assim
Sem partida nem chegada
Sem princípio nem fim.

Minha Macapá dos sonhos

Verde intenso de tua natureza
Onde as aves do céu repousam
Depois de voarem teu céu azul
Refletido no teu Amazonas de águas cristalinas.

Beleza única e natural
Feitas pelas mãos do Criador
Que enchestes tua terra de magnificência,
fertilidade e bençãos divinas.

As belas andorinhas
Migram de seu lugar de origem
Por tão somente encontrar em ti
repouso e paz em tua flora.

Terra de riquezas
Emergidas de teus próprios deleites
Dádivas preciosas
contínuas no teu céu a pairar.

Guardiã da Amazônia”
Assim tu és aclamada pelos teus
Coração do Grande Diamante cristalino
Conservado no estado líquido da matéria.

Terra dos caprichos da natureza
que te fez tão bela
Enganando teu simples poeta
Que pensara em passar para uma folha de papel
Todos os teus encantos.

Assim, fico somente a admirar-te
Me perdendo em tua beleza
Encontrada em cada canto
Escondida por tua divindade.

Verso Inéditos

Teus versos inéditos
De cláusulas especiais
Versos que relatam
As belezas regionais.

Abrilhantam a todos nós
Numa paixão sem fim
Porque tua poesia destaca
A cultura do povo daqui.

Quando tua poesia leem
Anima a amapaense vivido
Pois ela fez o mundo saber
O que até ontem era desconhecido.

Palavras simples e complicadas
Para aqueles que não entendem
Os sons das batucadas
Da cultura de aquém.

Versos inéditos sim
Pois jamais conseguiram passar
Para uma folha de papel
Um amor tão grande pelo Amapá.

Versos encantadores
Cheios de esperanças
Que fez daquela pobre criança
Ser honrada num mundo de horrores.

Versos inéditos
Versos magníficos
Versos que inspiram os poemas meus
Versos eruditos...
Versos teus.

Versos que não foram escritos
Pela mão de qualquer homem
Tampouco por poetas de renome
Foram escritos com afeto profundo
Da poetisa que fluiu do meio do mundo
Para o mundo todo completar:
A poetisa do Amapá.

Um sonho de Poeta

Ao ver-te na janela
A minh'alma por ti anela
Ao ver a beleza que em ti se revela
Fico a observar como és bela.

Esta janela está repleta
Da tua beleza que me completa
E a solidão em mim penetra
Pois não passo de um simples poeta.

Eu fico apenas a ver-te
Porque penso que não me queres
Pois sou apenas um poeta sonhador
Que vive a sonhar com o teu amor.

De repente, olho um vazio nesta janela
E o meu coração se desespera
Procurei e não achei aquela
A qual estava eu a sua espera.

E lá longe eu ouço uma voz doce e bela
Que me disse: "Enquanto olhavas para tal janela
Eu estava ao teu lado a te esperar
Mas ias tão distraído em teu sonho triste,
Meu poeta sonhador, que nem sequer me ouviste
A te chamar."
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Cecília Meireles