o som
da chuva caindo.
O coaxar dos sapos
O cricrilar dos grilos
As gotas tintilando
Nas telhas de amianto.
Os trovões a ribombar
Ecoam no firmamento
As folhas a farfalhar
Bailando com o vento.
Cada barulho distinto
Forma o som
da chuva caindo.
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Cecília Meireles