domingo, 23 de março de 2025

Som da chuva

É nítido
o som 
da chuva caindo.

O coaxar dos sapos
O cricrilar dos grilos
As gotas tintilando
Nas telhas de amianto.

Os trovões a ribombar 
Ecoam no firmamento
As folhas a farfalhar
Bailando com o vento.

Cada barulho distinto
Forma o som
da chuva caindo.

Chuva Tucuju

Sentirei saudades dessa chuva tucuju.

Chuva que ameniza o calor
Chuva que traz esperança de um futuro melhor
Chuva de cultura, que marca nossa gente
Chuva que vem e vai, assim de repente.

Chuva que banha toda a cidade
Chuva que alegra as crianças de todas as idades
Que correm e se divertem
Brincando alegres e contentes.

Aqui  a chuva é diferente
Um misto de saudade
Que bate com vontade
Nos corações eternamente.

A chuva cai
E sua marca fica
Nas telhas e trincas
Até que se esvai.

Sentirei saudades, dessa chuva, incomum.

Pois quando estiver longe
E a chuva vier outra vez
Saberei que aqui é aonde
Meu encanto pela chuva se fez.

domingo, 16 de março de 2025

Ciclo do Tempo

O tempo completa mais um ciclo 
De realizações,
De momentos,
De emoções 
E sentimentos.

Conforme roda 
A roda do tempo
O tempo nos mostra
Que ele avança sem parar.

Percebe-se isso 
Às vezes, de maneira sutil
Às vezes, de maneira abrupta.

O tempo segue adiante
Mas deixa-nos a nostalgia, 
que por sua vez,
Nos lembra de um tempo distante.

E o perigo disso é querer voltar
Para um tempo que se foi
E por conta da nostalgia
Esquecemos-nos o porquê não existe mais.

Esquecemos que ainda há tempo
O presente está aqui
E o futuro podemos construir.

Portanto, seja atemporal 
Infinito 
E presente.

O tempo começa agora
Enquanto ainda há tempo
Quer seja um momento,
Quer seja, não obstante, 
Um instante. 
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Cecília Meireles