Olhar

Olhe nos meus olhos

Veja minha história nesse olhar

Que carrega tantas lembranças

Cuja saudade tamanha

Numa lágrima se expõe.

Num olhar que não me pertence

Que já viu alegria

Já viu tristeza

E as vezes também se arrepende.

Um olhar que olhas para ela

Um tanto bobo

Um tanto apaixonado

Um tanto inseguro.

Um olhar que contempla o belo

Admira a natureza

Que captura cada momento

E os envia para o coração.

Um olhar de esperança

Um olhar de ansiedade

Num adulto de meia idade

Com alma de criança.

Erudito

Eu quero você 
Todinha para mim
Em forma de poesia.

Declamar em teu corpo

Escrever nas entrelinhas

Todo meu desejo.

Fazer de ti meus versos

E dos meus versos,

uma serenata.

Dos teus olhos,

Minha canção

Do teu coração, minha morada.

Eu quero você 

Como meu verso preferido

Minha poesia infinita.

Quero você como meu poema

Enquanto vivo o dilema

De tentar lhe compreender.

Quero você como minha poesia

E a cada verso

Você toma forma.

Em cada rima,

Em cada estrofe,

Você ganha vida.

E quando o fim

desta poesia 

for preciso ter;

Serás meu verso erudito,

meu verso infinito,

meu verso intransitivo.

Sentimento

Antes de conhecer-te
Eu já te amava

Já te desejava

Queria ter-te.

Antes de me apaixonar

Meu coração já dizia

"Essa que eu ei de amar

perdidamente um dia."

Antes que o sol quente

Nascesse na aurora

E a lua incandescente 

Fosse embora

Eu já queria amar-te.

Mas,

Entretanto, 

Contudo,

Não sendo profundo

Este sentimento, portanto

Não fui capaz

De fato conquistar-te.

E sendo assim

Como um belo sonho

Ficou dentro de mim

Este sentimento estranho.