O futebol do país

Futebol do país
Jogado na grama.
Jogado na rua, na lama
Futebol raiz.

Futebol raiz
Jogado na cidade, no campo
Onde a piçarra é o manto
E todos são o juiz.

Futebol de verdade
Que encanta e não cansa
Que muda a realidade
De uma simples criança.

Futebol de bom gosto
E pra todos os gostos
Quem gosta de futebol
Joga na chuva ou no sol.

Futebol bom
Jogado na raça
Aquele da praça
E não há quem possa
Calar esse som.

Futebol do país
Futebol raiz
E até quem não te quis
Também se sente feliz.

Futebol "profissa" ou amador
Jogado calçado ou descalço
Detalhes que não são percalço
Para um bom jogador.

No país do futebol
Tem ginga, tem dança
E brilha como o sol
O pendão da esperança.

O futebol que vi
Um futebol de atitude
Espero que não mude
O futebol que escrevi.

Maravilha Tucuju

Cá estou
No Marco Zero do Equador
E na linha do meio do mundo
Sinto um sentimento profundo
despertar o amor.

Sob o som do céu
Grava-se em folhas de papel
As palavras de quem um dia
Escreveu para o futuro
Aquilo que viria
Ser um ponto seguro
Para quem, neste momento,
Quer esteja no Norte ou no Sul,
Despertar o sentimento
Por essa maravilha Tucuju.

A vida sorriu para mim

Hoje a vida sorriu para mim
Quando despertei de um sono profundo
Lá em cima, no topo do mundo
Vendo no horizonte sem fim
Meus sonhos, meus desejos, minhas paixões
Meus motivos, minhas desculpas, minhas razões
Meu amanhã, meu hoje, meu passado
Minhas dúvidas, meu certo, meu errado.

Da próxima vez
Que a vida sorrir assim
Espero ser cortês
E sorrir para ela, como ela sorriu para mim.

Testamento

"Deixo a vida para entrar na história"
Deixo o passado e navego para o futuro
Esvai o agora e ficam as lembranças
de quem um dia foi velho, mas também criança.

Deixo o mundo ao encontro da luz
Deixo o sofrimento e encontro a paz
O sorriso dá lugar as lágrimas
Pois aquele que é já não existe mais.

A vida dá lugar à história
E a presença tornou-se momentos
Guardada está na memória
A vida de quem viveu sem arrependimentos.

E Aquele que escreveu capítulo após capítulo
Do conto de vida dessa criança
Não há como escrever outro epílogo
Senão essa linda e saudosa lembrança.

Inepto

Que idiotice a minha
Querer escrever num papel
As mais incríveis e lindas
cores do céu.

Eu poderia escrever
Azul com tinta amarelada
tal como é
uma tarde ensolarada.

Mas o céu é laranja
Quando o sol prestes a partir
Beleza única esbanja
No horizonte do porvir.

E agora no escuro
Este céu multicores
Desperta mil amores
Que sequer mensuro.