segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

A poesia que ama

Amo você
Não como o Sol
ama o mar
que depois de beijá-lo, se vai
Some por uma noite.

De certa forma, não a amo
Como a Lua ama...
Sazonal.

Eu a amo num tanto
Que se coubesse em poesia
Seria uma sucessão
de versos sem fim.

E, como toda poesia,
Haveria de ter um ponto final
A poesia mais linda também é finda
Mesmo que, sequer fosse lida.

domingo, 30 de novembro de 2025

O som do silêncio

A vida tem um som diferente
Quando está silêncio.

No silêncio tudo se ouve
O som da cidade
O sussurro da intimidade
Os sons típicos de uma noite.

No silêncio tudo para
Enquanto paira
a calmaria.

Então rompe o dia
Com seu brilho e fulgor
trazendo luz e calor.

A vida tem um som diferente
Quando os pássaros cantam ao sol nascente.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Irreal

Dê-me notícias suas.
Preciso saber sobre você
Pois, sumiste tão de repente
Logo agora que me acostumaria
com sua presença.

Foste um cometa
E enquanto passavas
Eu te admirava 
E me encantava 
Com a beleza que vem de ti.

E de repente foste,
Passaste
sem prelúdio. 

E fico os meus dias
Tentando entender:
O que eu fiz? 

Deveras deveria ter-te feito o pedido.

Puxei na memória, 
Não há recordações.
Olhei dentro do coração,
Parece que nunca estiveste lá.
Visitei os locais dos nossos encontros,
Ninguém sequer ouviu falar de ti.

Talvez foste um sonho
Tão real, tão lindo
Tão vivo, tão pujante
Tão aqui, tão distante.

domingo, 23 de março de 2025

Som da chuva

É nítido
o som 
da chuva caindo.

O coaxar dos sapos
O cricrilar dos grilos
As gotas tintilando
Nas telhas de amianto.

Os trovões a ribombar 
Ecoam no firmamento
As folhas a farfalhar
Bailando com o vento.

Cada barulho distinto
Forma o som
da chuva caindo.

Chuva Tucuju

Sentirei saudades dessa chuva tucuju.

Chuva que ameniza o calor
Chuva que traz esperança de um futuro melhor
Chuva de cultura, que marca nossa gente
Chuva que vem e vai, assim de repente.

Chuva que banha toda a cidade
Chuva que alegra as crianças de todas as idades
Que correm e se divertem
Brincando alegres e contentes.

Aqui  a chuva é diferente
Um misto de saudade
Que bate com vontade
Nos corações eternamente.

A chuva cai
E sua marca fica
Nas telhas e trincas
Até que se esvai.

Sentirei saudades, dessa chuva, incomum.

Pois quando estiver longe
E a chuva vier outra vez
Saberei que aqui é aonde
Meu encanto pela chuva se fez.
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Cecília Meireles